Hoje estava
voltando da padaria e escutando musica no celular quando de repente veio uma
musica que gosto muito, chamada “Tocando em frente”. Ao caminhar pela minha
rua, no final da tarde, apreciei a bela paisagem, as árvores e o por do sol. Um
sentimento de gratidão encheu-me a alma e um sentimento de paz me acompanhou
até a minha casa. Cheguei feliz.
Desde minha
mudança para Campo Grande tenho vivenciado uma grande mudança de perspectiva. Essa
paz que senti hoje, essa tranquilidade de viver a vida e agradecer pelas coisas
que tenho tem me acompanhado nestes dias e fazia tempo que não me sentia desta forma.
Acredito que esteja encontrando meu caminho e potencial com uma filha de Deus.
E achar isso não foi fácil.
Na postagem
anterior havia falado um pouco sobre as bagagens que levamos ao longo da vida e
que muitas vezes perdemos o foco do que é realmente importante em nossas vidas.
Quando eu me mudei para campo grande, fiquei desnorteada, parecia que tudo o
que havia pensado para minha vida havia sido arrancado de mim e que a partir
daquele momento eu não alcançaria mais meus sonhos... mas qual era meu sonho
afinal?
Às vezes
perdemos tempo procurando provar algo para alguém, achamos que precisamos fazer
algo extremamente grandioso e de alguma forma mostrar para mundo o por quê de
estarmos aqui.. Mas e se nossa vida for comum, ordinária? Se aparentemente não
formos famosos, brilhantes, ricos... Não podemos ser felizes? Afinal, o que
precisamos para sermos felizes?
Durante
algum tempo me debati nesses conflitos! Cheguei até a me ressentir com o Pai
Celestial por isso! Mas aos poucos, como um Deus amoroso, Ele vem me mostrando
aonde meus olhos precisam estar fitos e não sei explicar, mas meu coração vem
experimentando uma mudança sincera e tenho entendido o que preciso fazer para
ser feliz.
Cresci em um
lugar muito simples chamado Seropédica. É a zona rural do Rio de Janeiro.
Quando criança sempre apreciei a vida que tinha, a casinha que morávamos, os
animais que tínhamos, as arvores com as frutas para comer e também para
escalar. Fui muito feliz na infância com essa simplicidade. Agora retornando a
um ritmo parecido, tenho conseguido visualizar o que antes não estava vendo: a
vida em família. Estar com meus filhos em casa tem sido maravilhoso. Hoje não
consigo imaginar estar trabalhando fora e deixando de cuidar deles, quero ajudá-los
a se desenvolverem, acompanhá-los e fazer parte de suas vidas. Quero ser uma
mãe melhor, uma esposa melhor, uma pessoa melhor.
Antes de
estar aqui já pensava sobre isso, mas ficava pensando: e eu? O que eu vou ser? O
que eu vou fazer? Minha pergunta estava mais no “ter” do que no “ser”. Estar
aqui me fez mudar a pergunta e retirar o “eu” para “nós” e a ansiedade que antes
me acompanhava constantemente mudou para uma imensa paz e gratidão. Antes tinha
medo do futuro, do que não poderia alcançar ou ter, porém hoje confio que o
Senhor nos proporcionará aquilo que for melhor para nossa família, assim como
está fazendo comigo agora.
Acredito
claro que tenho sonhos a alcançar ainda. Mas acredito que buscar melhorar quem
eu sou e a cada dia me esforçar para trazer o amor ao lar e as pessoas a minha
volta tem sido muito melhor do que qualquer coisa no mundo. Talvez não seja
superstar, famosa, rica, mas se fizer a diferença na vida dos meus filhos e do
meu esposo, fazendo com que se tornem melhores como ser humano, como filhos de
Deus, então fiz o que o Pai Celestial espera como sua filha.
Ao olhar acima
das pequenas montanhas que estão na minha rua posso ver a ponta da montanha do
bairro onde praticamente minha família materna mora. A cada vez que subo a rua,
vejo sua ponta, como um lembrete de onde eu vim, do que devo focar e de quem
devo ajudar. Que o Pai Celestial continue a me conduzir e me utilizar como
instrumento em suas mãos (mesmo sendo um instrumento muito falho!) para ajudar
seus filhos nesta jornada e que me ajude a SER o que Ele sabe que posso me
tornar.
Amo minha
família. Amo o Evangelho de Cristo. Amo esta jornada.